O mercado de franquias vive de tendências e modismos. Quem frequenta anualmente a ABF Expo Franchising percebe que, ano após ano, explodem lançamentos de novas marcas de redes de franquias de determinado segmento – depilação, casa de festas infantis, paletas mexicanas – assim como tantos outros nichos poderiam servir como exemplos, nos últimos anos.

Podemos diferenciar “tendências” de “modismos” entendendo que tendências são movimentos de mercado mais sólidos e duradouros, em que determinado nicho de mercado é penetrado por redes de franquias que gradualmente vão crescendo e se consolidando.

Na contramão, modismos podem ser entendidos como nichos de mercado criados e que, meteoricamente, inúmeras marcas de novas redes de franquias se lançam. Em muitos casos, passado o modismo, estas marcas enfrentam enormes dificuldades de manterem razoável desempenho nos negócios, e até mesmo grande parte das marcas desaparecem da vitrine da franchising.

Então, quais fatores podem realmente certificar que uma tendência de mercado é uma boa onda para se surfar?

Um importante fator é o grau de CONSOLIDAÇÃO do mercado.

Mercados com baixo grau de consolidação, normalmente apresentam ótimas oportunidades para o crescimento de Redes de Franquias. Muitas tendências de mercado se fortalecem em mercados em que existe uma grande pulverização de marcas e poucas redes grandes atuando.

A ÓTICAS CAROL, rede que hoje está nas manchetes por ter sido vendida por 110 milhões de euros a um grupo italiano, com certeza surfou a onda da consolidação para chegar aonde chegou.

O segmente de óticas, para se ter uma ideia, até hoje apresenta baixo grau de consolidação, sendo que das aproximadamente 30 mil unidades de varejo operantes no Brasil, não mais que 10% estão nas mãos de grandes redes. Ou seja, ainda há um grande espaço para a consolidação do mercado, o que certamente foi considerado como fator de atratividade para o grupo italiano que chega para investir no país.

É preciso que o empreendedor e o gestor de redes de franquias considera cada vez mais o grau de consolidação do segmento de mercado como informação estratégica para investimentos em expansão das redes de franquias, principalmente se existe intenção de uma futura venda de parte ou de toda as cotas da empresa.